quinta-feira, 15 de julho de 2010

É muito triste ser ceguinha....


É triste, mas trata-se da mais pura verdade: eu não vejo um boi à frente. Nicles. E não se trata de lentes desactualizadas, não, que ainda há um mês arrotei 90€ inteiros e completos por umas novas. Ou é isso, ou a minha bela massa encefálica carregadinha de finesse está a falecer a cada dia que passa.


Chega-me a miúda à nossa mansão sumptuosa vinda de um jantar patrocinado em casa do que a fez, e pergunta-me a minha idade. Eu inocentemente, respondo-lhe que tenho 35, e ela pergunta-me se eu não sei ver que o biquini que lhe vesti não é uma parte de baixo, mas sim uma parte de cima....


Mentalmente reconstituo o momento da manhã em que estou a vesti-la. Lembro-me que os lacinhos me parecem um pouco quinados de um dos lados, e aperto os lacinhos do outro, para compôr a fotografia. E penso para mim que a miúda tem a anca com algum problema, porque não há forma do c#$#%& do biquini assentar direito...


E pronto.... Fico com cara de parva e desfaço-me a rir. E a miúda não acha piadinha nenhuma à coisa e abre as goelas a chorar e a dizer que andou o dia todo a tirar o biquini da gaveta.


E assim se acaba a confiança de uma cria numa mãe. Agora, já nem senhora sou de cortar as unhas à catraia, porque ela diz que vejo mal e que lhe posso cortar os dedos...


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Nunca me deixas ver nadinha, mamã!


- Laura, viste como estava aquele carro?


- Não, mamã, o que aconteceu?

- O carro bateu no carro da frente e estava com o capot todo amolgado!


A Laura estica-se para trás, torce-se toda para tentar ver qualquer coisita.


Olho de esguelha pelo espelho retrovisor. Mega tromba de elefante.


- O que foi, filha?


- Logo vais pôr no telejornal, que eu quero ver o acidente, mamã!