Ele disse:
- Fazia bem à Laura ter um animal de estimação...
(prestar bastante atenção à quantidade referida)
E eu disse que sim, pensando num peixe colorido.
E ele não fez a coisa por menos: presenteou-nos com um casal de agapones. Dois. Um par.
Ao primeiro guincho, ele disse-me:
- Eles só fazem isto. Não cantam muito. Estão é sempre coladinhos um ao outro e estão sempre a dar beijinhos.
Eu achei isto delicioso. Achei. Até os ver à bicada e a cantarem como a Maria Callas. E aí impus as minhas regras:
- a alvorada nesta casa é quando eu acordar;
- é proibido espalhar comida por toda a lavandaria. Se existe um recipiente para a comida, e se vocês têm um bico, a coisa é básica: o bico desce até ao comedouro, recolhe a comida necessária, deglute e voilá: servicinho limpinho!
- nesta casa não se procria, ou melhor, os pássaros são decentes e reservam-se a momentos de prazer quando estão tapados com os panos;
- eu e a Laura somos lindas e maravilhosas. Como tal, nada de esvoaçarem e arremessarem-se contra as grades da gaiola como se tivessem acabado de ver o Sr. Joaquim do Talho. Não sei se já perceberam, mas uma coxa das vossas não tapa nem a cova de um dente...
Depois disto acho que podemos dar início a uma bela amizade...